quinta-feira, junho 21, 2012

Memória em Revista





  



































O texto trata da evolução no uso do Carrinho de Chá. Uma mesa com rodinhas que, originalmente foram feitos para transportar os quitutes da cozinha para a sala. E, que hoje pode  ser  usado   como mesinha lateral, aparador e até um escritório portátil.

Fonte: CasaeJardim. Maio 2012.

Rio + 20: Reabilitar x Demolir







             A Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável que se realiza de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro propõem a discussões sobre alternativas para as graves questões ambientais que tomaram, nas últimas décadas dimensões planetárias. Porém, ao que tudo indica o tema relacionado à sustentabilidade das cidades, não terá o destaque merecido. E, entre todas as questões relacionadas ao tema como: modelos de crescimento urbano, altas densidades demográficas, desigualdades socioterritoriais e a priorização do automóvel, em detrimento de soluções que envolvam o uso de um transporte coletivo de qualidade. A questão da reabilitação de prédios antigos como uma alternativa às demolições para a construção de imóveis “verdes”; no lugar destes, não vai ser uma questão a ser debatida, no que diz respeito a redução dos impactos socioambientais e o desenvolvimento sustentável nas grandes cidades.

            As políticas urbanas tem priorizado a demolição-construção como a única alternativa nos grandes centro urbanos não considerando os problemas sociais e ambientais que isto acarreta. No seu artigo Arquitetos, não derrubem nada! Philippe Bovet destaca dois motivos para que não se faça a demolição de quarteirões inteiros. O primeiro motivo é a ligação das pessoas com o seu bairro|cidade e a identidade de cada lugar. As transformações progressivas, neste caso são preferíveis às transformações radicais destaca o jornalista. O segundo motivo diz respeito ao desaparecimento; segundo ele de um capital de “energia incorporada” comparável ao estoque de gás carbônico. Isto ocorre, por exemplo na perda de gás carbônico num incêndio florestal. Philippe Bovet defende a tese de que demolir para construir edificações energeticamente muito econômicas ou “verdes” não representa um ganho ambiental, uma vez  que devem ser considerados fatores como: implosão, transporte do entulho; extração e entrega do material, no caso de uma nova construção, instalação do canteiro de obras, guindastes, deslocamento de trabalhadores e a construção, propriamente que gera impacto ao meio ambiente. A empresa de energia francesa Olivier Sidler estima que o binômio demolição-construção de um edifício compromete de 25 a 50 anos de seu futuro consumo anual de energia, segundo o artigo. E, completa “Sempre que possível, vale mil vezes mais a pena reabilitar do que demolir.” A consequência imediata é a emissão de gás carbônico e, os danos causados ao meio ambiente pelo efeito estufa.

            Uma experiência a ser destacada é Baar, no cantão de Zug – Suíça. A cidade é desde muito tempo um lugar onde os moinhos e silos, assim como as altas estruturas de concreto  dominam a paisagem. A política de renovação planejada que foi adotada, nos últimos anos possibilitou que o moinho Obermühle fechado em 2001 fosse revitalizado. Os silos do antigo moinho transformaram-se, no ano de  2010 em um edifício de onze andares com cerca de vinte apartamentos e uma dezena de escritórios. A reabilitação levou em conta o mínimo impacto ao meio ambiente e, a renovação da paisagem.

            A opção pela reabilitação ou demolição, na maioria das vezes é baseada no destino que será dado ao prédio, no que diz respeito ao seu uso. A transformação de um prédio adequando-o a um novo uso sabe-se que não é tarefa fácil. O trabalho envolve muitas vezes a adequação da estrutura e instalações a nova função. A reabilitação ou reciclagem do uso na maioria das vezes leva tempo e, requer um conhecimento da edificação em que será feita a intervenção. “Às vezes, destrói-se um prédio de dezenas de anos, sendo-se recompensado do ponto de vista contábil, por tabelas de amortização, deduções fiscais... Então se passa uma borracha na complexa organização criada para construir um prédio” diz o professor Holger Wallbaum da Escola Politécnica de Zurique.

Texto:       Marjane de Andrade

Imagens: De cima para baixo - Obermüehle - Situação; Ansicht Nord Ost; Ansicht Nord West.

Fonte -
  Bonduk, Nabil. A sustentabilidade das cidades e a Rio +20. Le Monde Diplomatique Brasil. Número 59| Ano 5.
  Bovet, Philippe. Arquitetos, não derrubem nada!. Le Monde Diplomatique Brasil. Número 59|Ano 5.