segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Burle Marx no Paço Imperial

O arquiteto-paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994) projetava seus jardins na prancheta, onde estes recebiam a contribuição do artista quando transformava plantas em esculturas. O jardim de Burle Marx estabelecia uma ligação entre a arquitetura e o próprio lugar, por vezes trazendo a natureza para dentro da casa; outras vezes tornando o jardim um prolongamento da casa. Burle Marx conhecia o valor de cada planta e as possibilidades de utilização de cada espécie. A cor estava presente em cada projeto e identificava cada uma destas espécies. Os jardins eram projetados para casas modernistas, no Brasil. Porém, também trabalhou na reconstituição do jardim do Museu Imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro.
Uma idéia inovadora do paisagista em relação aos jardins foi usar materiais que, anteriormente eram utilizados na construção de casas. Os painéis de azulejos, por vezes são cobertos com flores amarelas, e estas se debruçam sobre os painéis abstratos que revestem paredes de escadas. Os diversos materiais se harmonizam na pavimentação, nos mosaicos, cerâmicas, juntamente com a água e céu. O artista sensível pesquisou as plantas nativas das florestas da Amazônia.E, utilizou também as plantas mais simples, aquelas encontradas em qualquer lugar. A afinidade com a arte contemporânea se dava quando este utiliza formas livres, criando com massas de cor ou traçados geométricos. O artista refinado deu ao paisagismo brasileiro um traço próprio. A natureza tropical que espantou ao colonizador e que de certa forma o amedrontava, uma vez que era onde viviam répteis e insetos venenosos. Burle Marx fez dela parte integrante da arquitetura moderna brasileira. A harmonia, a espontaneidade e a cor estavam presentes dando aos seus jardins o esplendor da vegetação tropical.

Bruno Zevi fala do paisagismo de Burle Marx: ..." Alguns desenhos de jardins e de parques parecem tomados de empréstimo de Arp ou Miró: uma decoração "orgânica" que insiste em curvas livres, que abranda a geometria dos traçados reguladores e a dureza dos perfis arquitetônicos"... E, complementa dizendo que as últimas obras se estendem a uma escala urbanística, visando uma paisagem unitária da cidade moderna.

Roberto Burle Marx abre um novo capítulo na história da moderna paisagística, estabelecendo um código visual que aproxima o intelectual e o emocional na paisagem brasileira.



Roberto Burle Marx 100 anos – a permanência do instável
Local:
Paço Imperial - Praça XV de Novembro, 48 - Rio de Janeiro (RJ)
Visitação: até 22 de março de 2009
Entrada gratuita
www.pacoimperial.com.br

Foto: Sítio de Burle Marx*, Barra de Guaratiba – Rio de Janeiro (RJ)
Texto: Marjane de Andrade
*Em 1985 doou o sítio, com todo o seu acervo, à extinta Fundação Nacional Pró - Memória, atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Taj Mahal - a coroa do lugar



As culturas exóticas sempre despertaram interesse. Porém, com o estreitamento de fronteiras pode-se tomar contato mais facilmente com povos que até então, frequentavam apenas os livros de história e estavam vagamente ligados a nós por um passado distante. Assim, acontece com a Índia, que juntamente com a China é um dos países mais populosos do planeta. A Índia possui uma cultura e sociedade que datam de aproximadamente 7.000 anos e é um país de tradições que são cultivadas de geração a geração. Um dos mais famosos tesouros turísticos do país é o Taj Mahal. A importante construção iniciada, em 1635 localiza-se, em Agra – uma cidade do estado de Uttar Pradesh. A cidade possui cerca de 140 mil habitantes e situa-se nas margens do rio Yamura. A construção possui um grande sentido simbólico, constituísse em um monumento ao amor do príncipe Shanh Jahan pela princesa Mumtaz Mahal. O Taj Mahal foi construído sobre o túmulo da esposa predileta de Shanh Jahan e é também considerado uma das maravilhas do mundo. A parte mais famosa do monumento é a tumba de Mumtaz Mahal (Jóia do Palácio) e sua cúpula de mármore branco. O complexo arquitetônico inclui ainda mesquitas, torres e outros edifícios. Taj Mahal significa “a coroa do lugar” e foi construído por cerca de 20 mil homens. As várias cidades do oriente forneceram os trabalhadores para a construção do monumento entre eles pedreiros, artesãos, calígrafos e escultores. O material empregado na construção da maior parte do Taj Mahal foi o mármore branco trazido em carretas puxadas por bois, búfalos, camelos e elefantes das pedreiras situadas há mais de 300 quilômetros de distância. Entre os materiais empregados, além do mármore branco foram utilizados ametistas persas, safiras do Ceilão, cristal e jade chineses, pedra turquesa tibetana e lápis-lazúli do Afeganistão.
O Taj Mahal é considerado uma das mais belas e complexas construções realizadas pelo homem. A simetria arquitetônica marca a construção dos túmulos, portões e jardins e os interiores possuem rica ornamentação nas colunas, pisos e paredes. O rio Yamura emoldura a paisagem.


Fotos: Taj Mahal, em Agra. Índia. Divulgação
Texto: Marjane de Andrade