Gabinete de Arte

Os móveis para crianças foram produzidos pelos egípcios e se constituíram em miniaturas do mobiliário adulto, uma vez que a criança era considerada como um adulto em miniatura. Os materiais usados na produção do mobiliário egípcio foram as madeira provenientes do Líbano e da Sicília como o cedro e também o ébano. As incrustações em marfim e os painéis em relevo de ouro foram empregados. O móvel de uso cotidiano dos faraós foram produzidos com madeiras importadas e era extremamente luxuoso. Os gregos também produziram peças de mobiliário infantil, considerando as necessidades e a funcionalidade das peças. Em meados do século V a.C. haviam criado uma cadeira de bebê em que a criança ficava sentada em segurança, pois era quase impossível sair da cadeira sozinha. O móvel ao longo do tempo sempre ficou restrito ao uso de faraós, reis e rainhas. Aspecto este que também se reflete na produção e uso do mobiliário infantil. E, neste sentido não é descartado o uso do cesto produzido em fibras vegetais como leito infantil de populações pobres, na Europa e América.
Um dos berços mais famosos é o Berço do rei de Roma (1811) produzido por Odiot e Thomire para o único filho legítimo de Napoleão Bonaparte e, para ser usado nas Tulherias, no Louvre. Uma versão simplificada foi produzida no mesmo ano por Georges Jacob - Desmalter. O berço foi produzido em mogno e, as ornamentações em bronze foram feitas por Thomire – o melhor fabricante francês. As placas do berço representam as esperanças de Napoleão em relação ao seu único filho. Em um dos lados estão representados o rio Sena e as armas de Paris. E do lado oposto o rio Tibre e as armas de Roma – o duplo império que Napoleão almejava deixar. Na cabeceira e nos pés, observam-se as figuras representando a paz e a justiça. O berço produzido por Odiot e Thomire encontra-se hoje em Viena e constitui-se em um suntuoso trabalho de marcenaria e ourivesaria. O Berço do rei de Roma é um dos mais belos exemplos do mobiliário francês produzido no Primeiro Império de Napoleão. As duas versões deste berço foram feitas para palácios diferentes.

A oficina se realiza de 06 de novembro a 02 de dezembro de 2008 no Museu Julio de Castilhos. A técnica da Douração Clássica de recobrir as superfícies com folhas de ouro, prata ou cobre será desenvolvida pela oficina. Os materiais a serem trabalhados além da madeira serão o ferro e a cerâmica. As demais técnicas de dourar superfícies também serão empregadas como douração simples(sem a utilização da folha de ouro), a pátina dourada, o craquelê com dourado e a folhação colorida, além da utilização dos diversos vernizes para o acabamento das peças. As aulas ocorrerão às terças e quintas-feiras das 14h às 17h30min e o conteúdo será desenvolvido por Marjane de Andrade. A inscrição é de R$ 150,00 mais uma parcela de R$ 140,00. Informações no local - Rua Duque de Caxias, 1205 – POA/RS. Fone:(51) 32213959 ou e-mail:marjanedeandrade@gmail.com. (Foto: Cadeira Luís XVI – estrutura pintada e detalhes dourados. Acervo de imagem ©GDA Studio).

A nova sede da Fundação Iberê Camargo, inaugurada no final de maio deste ano, abriga exposições temporárias e permanentes, o Programa Átrio, programas educativos, além do Ateliê de Gravura. As demais atividades estão relacionadas à documentação e pesquisa, promoção de seminários e ciclos de palestras e a uma linha editorial voltada à arte e arquitetura e, como não poderia deixar de ser, à obra do artista. O edifício que abriga as obras, documentos e imagens da Fundação Iberê Camargo bem que poderia se chamar Casa de Iberê Camargo. O acervo é formado pelas obras do artista e pela coleção Maria Coussirat Camargo e inclue desenhos, gravuras, guaches e pinturas.

O arquiteto Álvaro Siza (1933 - ...) trouxe para Porto Alegre, com o projeto do museu, o Leão de Ouro na 8a. Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2002, e o mérito especial da Trienal de Design de Milão. Álvaro Siza Vieira estudou na Escola de Arquitetura da Universidade do Porto entre 1949 e 1955, onde mais tarde veio a lecionar. Desde o início da carreira procurou não ignorar as suas raízes sem, contudo, ser tradicionalista. Uma das primeiras obras de Siza, o restaurante e as piscinas em Leça da Palmeira (1958-1963), já preconizava o que mais tarde a arte ambiental do final dos anos sessenta iria ditar: a obra de arte não está colocada num lugar, a obra é o lugar. O edifício branco que Álvaro Siza inscreveu entre o morro e o rio em uma estreita faixa de terreno, margeando a massa de água, brilha à distância. A construção incorpora-se à paisagem - uma orla que até então, do ponto de vista arquitetônico, não era valorizada. O volume, os espaços criados para abrigar a obra do artista Iberê Camargo, a luz e a textura foram pensados para favorecer a relação entre o espectador e a obra de arte.

“Um certo dramatismo ao explorar a plasticidade natural do concreto, a poesia extraída da dinâmica interna das rampas que se dobram sobre a fachada em ângulos e sombras inesperados...” Cláudia Cabral em No lugar. O desenho de Siza para Porto Alegre

Os temas, tipologias e formas dão uma unidade a obra de Álvaro Siza, porém o arquiteto está continuamente buscando o novo – não é um trabalho que admita rótulos. Uma obra que estabelece uma relação entre arte e arquitetura. Obras que estão vinculadas a um determinado lugar e cujo significado surge de uma relação indissociável com este lugar. O Museu de Arte Contemporânea que Siza construiu em Santiago de Compostela serve como elemento unificador entre os sucessivos estratos históricos do lugar; em Porto Alegre, o edifício faz uma interlocução entre a cidade e o seu rio. Álvaro Siza acredita que o projeto de arquitetura não significa necessariamente a criação de alguma coisa nova, mas antes a transformação de algo que já existe, a própria realidade. E, neste sentido, vale uma consideração.

A avenida de mão única acomoda o estacionamento no subsolo do prédio e recolhe o pedestre do outro lado da rua, sendo a tarefa de devolvê-lo à cidade bastante difícil, uma vez que o transporte público no sentido bairro-centro fica distante. E, neste sentido, a velocidade é do automóvel, não a do passante – ali não existe o plateaux. Hoje, se Iberê Camargo fosse vivo diria: ”Álvaro desenha aí uma calçada para o museu...” pois, o público que chega em massa para visitar a Casa de Iberê Camargo é, na sua maioria, de escolas. Um público que vem de longe a pé desde a avenida principal. É o maior público hoje e, sem dúvida, será ainda maior no futuro.

Programa Átrio – Iole de Freitas
Fundação Iberê Camargo
Local: Av. Padre Cacique, 2000
Terças, quartas e sextas das 10h às 19h
Quintas das 10h às 21h
Sábados e domingos das 11h às 19h
Data: Até 08.02.2009
Entrada gratuita