A casa do Bruxo do Cosme Velho
O Bruxo do Cosme Velho – cognome pelo qual era conhecido o escritor Machado de Assis. E aí vai uma explicação. A frase que passou a qualificá-lo diz respeito tanto ao fato do escritor queimar seus manuscritos rejeitados como também a arte desenvolvida por ele de enganar os leitores com a sofisticação do seu talento. Agora, 100 anos após a morte do escritor, o casarão da rua da Lapa atual 264, antigo número 96 foi comprovadamente morada de Machado de Assis e sua mulher Carolina – durante o ano de 1874, antes do casal mudar-se para o Cosme Velho. O imóvel foi incluído no Decreto Municipal do Corredor Cultural e será tombado como patrimônio histórico da cidade do Rio de Janeiro. O sobrado encontra-se pichado, depredado e uma fiação clandestina coloca em risco o prédio de estilo neoclássico. O prédio é considerado um patrimônio pela Secretaria Municipal do Patrimônio Histórico e neste sentido não pode mais sofrer alterações. Apesar de não haver data para a recuperação do imóvel, já existem propostas de ocupação como a da transformação do sobrado na Casa de Machado de Assis. A proposta de que o casarão seja um centro de democratização da literatura, uma biblioteca - símbolo, um centro de mediação de leitura também está sendo cogitada. O sobrado número 264 não tem campainha. É preciso bater palmas, gritar ou esperar que algum morador apareça. Hoje, se Machado de Assis fosse vivo nos receberia e falaria do seu mais novo romance que possivelmente trataria do Bairro da Lapa com suas kombis e vans que disputam o trânsito com ônibus e os carrinhos improvisados dos camelôs.
Foto: Gazeta Mercantil/Julho 2008
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