segunda-feira, agosto 18, 2008

A 30 ª. edição do Salão do Móvel de Milão





Designers - De cima para baixo e da esquerda para a direita: Nubola de Gaetano Pesce. Vanity de Giovanna Azzarello. Scharpei de Massimiliano Adami. Aguapé dos irmãos Fernando e Humberto Campana. Abrigo do escritório de arquitetura holandês Mecanoo.

O Salão Internacional do Móvel que ocorreu entre 16 a 21 de abril deste ano, em Milão foi marcado por iniciativas que abrangeram o evento principal da feira, mostras e exposições paralelas que estiveram presentes por toda cidade. A edição deste ano foi marcada por referências ao passado e da tecnologia aliada a funcionalidade. A alta tecnologia estava lado a lado com móveis que passaram a incorporar linhas tortas, superfícies imperfeitas, e baixa tecnologia – low tech. A mescla de tradições e culturas também esteve presente na feira deste ano. A sustentabilidade, por sua vez foi um tema recorrente. As preocupações com o futuro do planeta apareceram no evento Greenenergy (energia verde) com instalações de grandes designers na Universitá Degli Studi di Milano.
A feira ofereceu além das novidades esperadas móveis que fazem uma referência direta a peças desenhas em décadas passadas. As empresas e mesmo os designers chegaram a conclusão que muita coisa boa já foi feita e, passaram a incorporar estas influências na sua produção. As formas, técnicas de estofaria, acabamentos e mesmo estampas não descartam um futuro tecnológico, porém com um visual romântico e descontraído. As formas exuberantes e o uso do capitonê estão presentes na poltrona Nubola que Gaetano Pesce assina para a Meritalia. A tecnologia, praticidade e funcionalidade aparecem em móveis fáceis de montar e transportar e, que assumem uma forma para o uso de duas ou mais pessoas. A geometria e o uso dos tubos de aço cromado acompanham esta vertente. O móvel pode incorporar parte de outro móvel como a penteadeira Vanity de Giovanna Azzarello para a Porada. O polipropileno e o policarbonato transparente e colorido estiveram presentes em móveis de alta tecnologia. As peças de baixa tecnologia, ou low tech conquistaram as grandes empresas como a Capellini que se renderam a esta influência. As propostas que remetem a liberdade e a ousadia vão ser utilizadas para aquecer os ambientes. A cadeira Scharpei do italiano Massimiliano Adami para a Capellini não deixa o tecido ficar esticado sobre a estrutura do móvel. As costuras produzem um efeito enrugado no revestimento que utiliza o gobelin. O nome da cadeira é uma homenagem à raça de cães orientais que apresentam dobras na pele.
A mescla de culturas decorrente da globalização foi positiva para o design de móveis possibilitando a criação de peças que misturam influências de várias partes do planeta. A Edra propôs uma viagem por diferentes culturas – da Pérsia a Mongólia. E essa viagem passa pelo Brasil com a poltrona Aguapé assinada pelos irmãos Fernando e Humberto Campana. O móvel faz uma referência à planta aquática brasileira e cada pétala é feita de couro, e recortada a laser e fixada na estrutura do móvel. Um dos eventos mais importantes foi o Greenenergy. Os painéis solares que acumulam energia ao longo do dia e à noite alimentam lâmpadas LED; o volume revestido de cerâmica – um abrigo que respira construído pelo escritório holandês de arquitetura Mecanoo e erguido para o evento junto às arcadas da Universitá Degli Studi di Milano. E a reedição de peças consagradas produzidas em madeira pela Artek, fundada pelo finlandês Alvar Alto em 1935 e precursora no emprego de madeiras com uso sustentável foram os destaques.